segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Grupo 6 - Marcel Duchamp: Uma obra que não é uma obra "de arte"

“Can one make works that are not of art?”
“Pode alguém fazer obras que não sejam de arte?”


Beatriz Molina Marin, Camila Camargo.


Local da exposição:
Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo
Parque do Ibirapuera, portão 3
Início: 15 de julho de 2008
Término: 21 de setembro de 2008
Ingresso:R$ 5(inteira), R$2,50(meia)
Sala: MAM - Grande Sala MAM
No dia de seu aniversário de 60 anos, 15 de julho (terça-feira), a partir das 20h, o Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugura Marcel Duchamp: uma obra que não é uma obra de arte, a maior exposição individual do artista franco-americano já realizada na América do Sul, em parceria com a Fundação Proa, de Buenos Aires, que inaugurará sua nova sede em novembro com a exposição. A curadoria é de Elena Filipovic, co-curadora da Bienal de Berlim e especializada na obra do artista. Complementando a mostra, a Sala Paulo Figueiredo recebe Duchamp-me, com obras de artistas brasileiros inspirados no franco-americano e curadoria de Felipe Chaimovich. O patrocínio da mostra fica a cargo da Tenaris Confab e do Itaú BBA.

“Marcel Duchamp: um trabalho que não é um trabalho “de arte” empresta seu nome de uma questão que Marcel Duchamp colocou em 1913: “Pode alguém fazer obras que não sejam ‘de arte’?”. A questão anunciou uma mudança radical na prática do artista francês que, até aquele momento, tinha sido principalmente pintor. A mudança sinalizou o início de sua desobediência às idéias tradicionais do que é levado em conta como uma obra de arte e lança as bases do que o tornaria o artista mais influente dos séculos XX e XXI. Seu repensar insistente da obra “de arte” é o foco desta primeira exposição individual de Duchamp realizada na América Latina, apresentando mais de 120 peças de cada espécie de mídia que o artista trabalhou de 1913 até o final de sua vida. [...]”
Elena Filipovic

Uma das principais características de Marcel Duchamp são os ready-mades, ou seja, obras criadas a partir da idéia desprezando as noções originais da arte histórica.Tudo começou quando Duchamp pendurou uma roda de bicicleta no teto de seu estúdio e a observou girar, dois anos depois este simples fato viria a ser chamado de ready-made.Nenhum ready-made orginal existe mais, todos se perderam, uns foram quebrados, outros jogados fora, portanto todas as obras em exposição no MAM são réplicas feitas por Duchamp em 1964 ou autorizadas por ele.
O ready-made mais conhecido é Fountain(fonte) reproduzida em 1964, o famoso Urinol de Porcelana.Em 1921, Duchamp fez um semi-ready-made(Porque não espirra, rrose selávy?) Na qual é composta por 152 cubos de mármore na forma de cubos de açúcar, termométro e um osso de siba numa gaiola de pássaros.
A coleção de Duchamp conta também com duas replicas de Richard Hamilton, Peneiras de 1968, um silkscreen sobre vidro laminado e Testemunhas oculistas, um espelho prateado em vidro laminado com base de metal.
O acaso, o xadrez e o humor são três temas que surgem com freqüência nas obras de Duchamp, conferindo leveza à obras que muitos avaliam como sérias e friamente conceituais.Dentre suas obras compôs um musical (Erratum Musical) em 1913 também exposto no Museu em forma de partitura sobre folha dupla de papel pentagramado, reproduzido em 1934.Afirmando sua paixão, a exposição mostra o Entreato de 1924, um filme, feito por Rene Clair que mostra Marcel Duchamp e Man Ray durante um jogo de xadrez muito descontraído.
Pudemos observar que durante a exposição a obra que mais chama a atenção do público são os rotorrelevos (discos ópticos) produzidos em 1935, a obra é composta por um conjunto de seis discos de papelão impressos em off-set, montados numa caixa de madeira coberta de veludo e duas armações circulares negras e magnetizadas.



Rotorrelevos (discos ópticos)

O ambiente da exposição é todo composto por preto, branco e cinza, alguns ready-mades estão pendurados no teto e outros estão expostos ao longo da exposição, a música ambiente é de autoria de Marcel Duchamp, Erratum Musical.


Marcel Duchamp

“Marcel Duchamp nasceu em Blainville na França em 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York (EUA) em 2 de outubro de 1968. Aos 16 anos foi para Paris, onde passou a produzir desenhos humorísticos acompanhados de trocadilhos irreverentes que ele vendia para se sustentar. Inquieto com a pintura, atento às máquinas e novas tecnologias que surgiam, deixou- se levar pelas metamorfoses das representações do movimento. Duchamp observava a inserção de alavancas, molas, hélices em máquinas produzidas para diversos fins, sempre atento à mecânica do movimento; esses materiais ofereceram elementos para o seu trabalho. Por ter um grande interesse pelo xadrez, dedicou grande parte de seu tempo a partidas que o faziam imaginar desenhos que se formavam ao mudar as peças de lugar. Quando propôs o ready- made, Duchamp abalou o mundo das artes, apropriou- se de objetos manufaturados e deu a esses objetos um estatuto artístico apenas pelo ato de tirá- los do contexto original. Ele dizia que o modo de expor as coisas influía muito no nosso entendimento delas, por isso, promovia deslocamentos e situações incômodas para os visitantes de uma exposição. Marcel Duchamp aciona diferentes sentidos no espectador, quem mergulha no seu universo rende- se a pensamentos que ultrapassam qualquer necessidade de resposta imediata.”
Andréa Polo


Alguns de seus ready- mades:


Urinol de porcelana (1917/ 1964)


Em antecipação ao braço quebrado (1915/ 1964) e Porta- garrafas (1914/ 1964)


Roda de bicicleta (1913/ 1964)

Transparência e perspectiva
Combinando seus interesses por óptica, geometria e perspectiva, Duchamp usou as técnicas da perspectiva clássica para testar a possibilidade de representar a terceira e quarta dimensões sobre superfícies planas e, freqüentemente, transparentes. Os resultados desses experimentos são observados mais nitidamente em seus estudos e na versão final de O grande vidro, que pode ser visto abaixo. Para Duchamp, a perspectiva e a transparência quase sempre caminhavam lado a lado.



Achei tudo sensacional, Duchamp retrata suas obras de forma única, dando “vida” aos objetos. A exposição por ter um caráter distinto em relação a qualquer outra, eu acredito que muitas vezes deve causar um choque para quem vê, porém a criatividade e a ousadia de Duchamp, torna único cada objeto presente.
Camila Camargo


A exposição é inusitada, os objetos criados por Duchamp evidenciam sua criatividade e retratam de maneira subjetiva sua expressão dando forma à objetos que passariam desapercebido por muitos. Os objetos assumem características únicas que se tornam evidentes, pelo menos ao meu ver, quando são vistos na exposição.
Beatriz Molina Marin

Fontes:

Folder da exposição

MAM - http://www.mam.org.br/

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