“Pode alguém fazer obras que não sejam de arte?”
“Marcel Duchamp: um trabalho que não é um trabalho “de arte” empresta seu nome de uma questão que Marcel Duchamp colocou em 1913: “Pode alguém fazer obras que não sejam ‘de arte’?”. A questão anunciou uma mudança radical na prática do artista francês que, até aquele momento, tinha sido principalmente pintor. A mudança sinalizou o início de sua desobediência às idéias tradicionais do que é levado em conta como uma obra de arte e lança as bases do que o tornaria o artista mais influente dos séculos XX e XXI. Seu repensar insistente da obra “de arte” é o foco desta primeira exposição individual de Duchamp realizada na América Latina, apresentando mais de 120 peças de cada espécie de mídia que o artista trabalhou de 1913 até o final de sua vida. [...]”
Elena Filipovic
O ready-made mais conhecido é Fountain(fonte) reproduzida em 1964, o famoso Urinol de Porcelana.Em 1921, Duchamp fez um semi-ready-made(Porque não espirra, rrose selávy?) Na qual é composta por 152 cubos de mármore na forma de cubos de açúcar, termométro e um osso de siba numa gaiola de pássaros.
A coleção de Duchamp conta também com duas replicas de Richard Hamilton, Peneiras de 1968, um silkscreen sobre vidro laminado e Testemunhas oculistas, um espelho prateado em vidro laminado com base de metal.
O acaso, o xadrez e o humor são três temas que surgem com freqüência nas obras de Duchamp, conferindo leveza à obras que muitos avaliam como sérias e friamente conceituais.Dentre suas obras compôs um musical (Erratum Musical) em 1913 também exposto no Museu em forma de partitura sobre folha dupla de papel pentagramado, reproduzido em 1934.Afirmando sua paixão, a exposição mostra o Entreato de 1924, um filme, feito por Rene Clair que mostra Marcel Duchamp e Man Ray durante um jogo de xadrez muito descontraído.
Pudemos observar que durante a exposição a obra que mais chama a atenção do público são os rotorrelevos (discos ópticos) produzidos em 1935, a obra é composta por um conjunto de seis discos de papelão impressos em off-set, montados numa caixa de madeira coberta de veludo e duas armações circulares negras e magnetizadas.
Rotorrelevos (discos ópticos)
O ambiente da exposição é todo composto por preto, branco e cinza, alguns ready-mades estão pendurados no teto e outros estão expostos ao longo da exposição, a música ambiente é de autoria de Marcel Duchamp, Erratum Musical.
“Marcel Duchamp nasceu em Blainville na França em 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York (EUA) em 2 de outubro de 1968. Aos 16 anos foi para Paris, onde passou a produzir desenhos humorísticos acompanhados de trocadilhos irreverentes que ele vendia para se sustentar. Inquieto com a pintura, atento às máquinas e novas tecnologias que surgiam, deixou- se levar pelas metamorfoses das representações do movimento. Duchamp observava a inserção de alavancas, molas, hélices em máquinas produzidas para diversos fins, sempre atento à mecânica do movimento; esses materiais ofereceram elementos para o seu trabalho. Por ter um grande interesse pelo xadrez, dedicou grande parte de seu tempo a partidas que o faziam imaginar desenhos que se formavam ao mudar as peças de lugar. Quando propôs o ready- made, Duchamp abalou o mundo das artes, apropriou- se de objetos manufaturados e deu a esses objetos um estatuto artístico apenas pelo ato de tirá- los do contexto original. Ele dizia que o modo de expor as coisas influía muito no nosso entendimento delas, por isso, promovia deslocamentos e situações incômodas para os visitantes de uma exposição. Marcel Duchamp aciona diferentes sentidos no espectador, quem mergulha no seu universo rende- se a pensamentos que ultrapassam qualquer necessidade de resposta imediata.”
Andréa Polo
Alguns de seus ready- mades:

Achei tudo sensacional, Duchamp retrata suas obras de forma única, dando “vida” aos objetos. A exposição por ter um caráter distinto em relação a qualquer outra, eu acredito que muitas vezes deve causar um choque para quem vê, porém a criatividade e a ousadia de Duchamp, torna único cada objeto presente.
Camila Camargo
Beatriz Molina Marin
Fontes:
Folder da exposição
MAM - http://www.mam.org.br/




Grupo: Diogo e Felipe Pinter. 
Héctor Serrano




FULL BODY GAMES- Jonah Warren & Steven Sanborn (EUA) 


