quarta-feira, 22 de outubro de 2008

GRUPO 8: A ARTE DO MITO




Local : MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis ChateaubriandAv. Paulista, 1578 - Cerqueira César - São Paulo - SP
Estacionamento : Garagem Trianon - Pça. Alexandre GusmãoProgress Park - Avenida Paulista, 1636
Abertura : 3 de outubro
Período : 12 meses
Horário : terça-feira a domingo e feriados, das 11h às 18h; quinta-feira até 20h. A bilheteria fecha com uma hora de antecedência.
Ingresso : R$ 15 (inteira) e R$ 7,00 (estudante), gratuito para menores de 10 anos e maiores de 60 anos.
Dia Gratuito : Todas as terças-feiras entrada gratuita até as 18:00 horas
Informações ao público
Para informações gerais (11) 3251 5644
Serviço Educativo : Agendamento de grupos (escolas e outros) 2ª a 6ª das 9h00 às 17h00 - (11) 3283-2585



Assim como outras exposições iniciadas no dia 03 de outubro, o diferencial de " A arte do mito" é que estas serão mostradas por tema e não mais como a clássica divisão por região geopolítica e períodos. Esta reestruturação física e conceitual da galeria começa com A arte do mito, exposição que marca o início dos 12 meses de comemorações dos 60 anos do Masp. Tem curadoria de Roberto Magalhães, professor de História da Arte e Museologia da Universidade Internacional de Arte de Florença. Com 49 obras do século XIV aos dias de hoje, a seção traz obras de Renoir, Picasso, Nicolas Poussin, entre grandes nomes. Os mitos de Hércules, Afrodite e muitos outros são abordados em pinturas, desenhos e cerâmicas.






Na tela de Michelle Rocca " O Julgamento de Paris " traz os temas centrais do mito da deusa do amor Afrodite e seu filho Eros. Esta obra é continuada pela escultura de Renoir " Vênus vitoriosa ", que traz a deusa com a maça de ouro que representa a sua vitória na competição de beleza entre Hera e Atena, arbitrada por Paris





"O mito é o nada que é tudo, diz um verso de Fernando Pessoa em Mensagem. O homem é um animal que se conta histórias, é isso que o diferencia entre as espécies. E o mito é uma das primeiras histórias, das primeiras formas do sentido, que o homem se deu. Jacob Bryant, citado por Edgar A. Poe no famoso conto sobre a carta roubada, escreveu que nos esquecemos de que não acreditamos nas fábulas e continuamos agindo a partir delas como se fossem realidades existentes.
O mito começou a entrar para a realidade primeiro na literatura oral e, depois, por aquilo que se chama arte. Toda a primeira grande arte da humanidade, a chamada arte clássica, depende do mito que, assim, se na arte não é tudo, por certo é muita coisa. E é um gênero que, com a paisagem, a natureza morta e o retrato, orienta a nova exposição permanente do MASP. Um gênero feito de obras na aparência fáceis de entender. Tudo nelas parece familiar. Mas, o que mesmo diz O julgamento de Paris ou o Himeneo de Poussin?
Esta mostra propõe uma reapropriação sensível destas fábulas que continuamos a tratar como realidades. A coleção do MASP é rica neste gênero e iniciar por ele a comemoração de seus 60 anos era uma evidência, em dupla homenagem à arte e àquilo que, diz Pessoa, "sem existir nos bastou / por não ter vindo foi vindo / e nos criou": o mito, essa carta roubada (que nos roubamos) e que no entanto segue à vista - bem oculta. "


Teixeira CoelhoCurador-coordenador, MASP.


" O banho de Diana " de Clouet e " O verão " de Delacroix, narram o momento em que a Deusa foi surpreendida por caçadores . Contam toda a história de quando Ateão se transforma em cervo até sua morte pelos cães no quadro de Clouet. Sua continuação mostra o momento em que Diana joga água no rosto de Ateão - é assim que Delacroix quer mostrar sua transformação. Em Clouet isso se mostra com clareza, ordem e elegância do renascimento francês. Já Delacroix que representa o momento após, o encontro se mostra com aspecto dramático, romântico e passional.




"Por que o mito? Porque o acervo do Masp possui um núcleo de obras com temas mitológicos extraordinário, num conjunto que merece ser revelado e explorado. E porque apresentar obras de técnicas e períodos diferentes com temas afins é uma das formas melhores para se evidenciar estilos individuais, visões originais - condição da existência da própria arte - e especificidades culturais de cada época; para se perceber contrastes e idéias partilhados ao longo dos séculos; para se descobrir que um nu de Manet ou Renoir pode ter mais pontos em comum com a antiguidade do que o simples "clichê" de pintores revolucionários a eles atribuído deixa suspeitar. Uma exposição sobre o mito permite, também, um retorno à nascente da cultura ocidental através das fontes literárias, que ajudam a decifrar as narrativas.
O mito é, portanto, o fio condutor desta exposição, com o seu emaranhado de lendas e símbolos, mas não seu protagonista absoluto. Ao longo dele desenvolvem-se as várias técnicas e linguagens da arte, da musicalidade e ordem em Saraceni e Poussin à atmosfera densa de Delacroix. Apesar de os temas narrativos serem objeto de atenção no material informativo à disposição do público, convém lembrar que o tema por si só não é arte. A arte está no olhar que o artista empresta ao tema. Este é, porém, um passaporte para se entrar na obra, um enigma diante do qual não queremos que o visitante, como os tebanos diante da Esfinge, sucumba. "

Roberto Carvalho de MagalhãesCurador.


"As obras realmente são deslumbrantes, assim como todo o conjunto da exposição. No dia em que visitamos o Masp haviam muitas excursões de escolas e achamos muito legal o interesse pelas obras de arte. Esta exposição foi escolhida por estar totalmente ligada ao conteúdo que está sendo estudado nas aulas de Estética, e ficamos com vontade de voltar para ver as outras exposições que também nos traziam grandes referências ao nosso curso."

Juliana Soler e Roberta Ozi.

FONTES:

Um comentário:

www.esporos.wordpress.com disse...

Que legal, meninas!
As visitas a essas exposições está sendo uma descoberta!
Um abraço