quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Gripo 9: MAM - Frans Krajcberg

O MAM, no momento de comemoração dos seu sessenta anos e coerente com sua integração com o parque municipal mais querido da cidade, em boa hora permitem a São Paulo se reencontrar e se e se emocionar com a presença de Frans Krajcberg .

Durante os séculos, a questão ambiental era vista como solução e não como problema.
Uma solução mágica, praticamente divina, e que era patrocinada pelas mais influentes visões religiosas como: "o homem e a mulher receberam do alto permissão para utilizar os recursos naturais para sua sobrevivência."
E sempre foi assim. Apesar de poucos visionários,santos ou poetas,pregarem no deserto,apesar de alguns desastres(Groelândia, Islândia, Ilha de Páscoa e etc.)darem sinal de alerta.
O capitalismo e o socialismo nos dois últimos séculos se comportaram como irmãos siameses nesses assuntos. O meio ambiente parecia ter recursos infinitos e inesgotáveis a nossa disposição.
Foi no final do século passado que a ONU começou a articular de maneira sistemática uma política publica chamada “defesa do equilíbrio ambiental” ou “defesa do meio ambiente” ou “desenvolvimento sustentável”
Nesse momento de emergência da nova consciência, aparecem homens como Frans Krajcberg, herdeiro daqueles poetas e santos que pregaram no deserto



Como o equilíbrio ambiental é uma nova forma de viver e conviver, a arte tem um papel impar de falar a alma, a mente, ao coração.
Como vivemos numa democracia, as ações de educação ambiental, de dialogo ambiental através da arte, são fundamentais para nos movermos na direção da sustentabilidade.
Krajcberg traz consigo um manifesto se opondo ao que estamos fazendo com a natureza hoje e a falta de consciencia sobre as consequencias que ocorrerão no futuro.

"Amazônia constitui hoje, sobre o nosso planeta, o "último reservatório", refúgio da natureza integral. Que tipo de arte, qual sistema de linguagem pode suscitar uma tal ambiência - excepcional sob todos os pontos de vista, exorbitante em relação ao senso comum? Um naturalismo do tipo essencialista e fundamental, que se opõe ao realismo e à própria continuidade da tradição realista, do espirito realista, além da sucessão de seus estilos e de suas formas. O espirito do realismo em toda a historia da arte não é o espirito da pura constatação, o testemunho da disponibilidade afetiva. O espirito do realismo é a metáfora; o realismo é, na verdade, a metáfora do poder: poder religioso, poder do dinheiro na época da Renascença, em seguida poder politico, realismo burguês, realismo socialista, poder da sociedade de consumo com a pop-art. O naturalismo não é metafórico. Não traduz nenhuma vontade de poder, mas sim um outro estado de sensibilidade, uma maior abertura de consciência.
A tendência à objetividade do "constatado" traduz uma disciplina da percepção, uma plena disponibilidade para a mensagem direta e espontânea dos dados imediatos da consciência. Como no jornalismo, mas sendo este transferido ao domínio da sensibilidade pura, "o naturalismo é a informação sensível sobre a natureza". Praticar esta disponibilidade ante o natural concedido é admitir a modéstia da percepção humana e suas próprias limitações, em relação a um todo que é um fim em si. Essa disciplina na conscientização de seus próprios limites é a qualidade primeira do bom repórter : é assim que ele pode transmitir aquilo que vê - "desnaturando" o menos possível os fatos.
O naturalismo assim concebido implica não somente maior disciplina da percepção, mas também maior na abertura humana. No final das contas a natureza é, e ela nos ultrapassa dentro da percepção de sua própria duração. Porém, no espaço-tempo da vida de um homem, a natureza é a medida de sua consciência e de sua sensibilidade. O naturalismo integral é alérgico a todo tipo de poder ou de metáfora de poder. O único poder que ele reconhece é o, poder purificador e catártico da imaginação a serviço da sensibilidade, e jamais o poder abusivo da sociedade..."

Judeu polonês, nascido em Kozienice, ele foi oficial do exército da Polônia, durante a segunda guerra, entre 1941 e 1945, período em que perdeu toda a família nos campos de concentração nazistas. Engenheiro formado pela Universidade de Leningrado, ele se mudou para a Alemanha depois da guerra e ingressou na Academia de Belas Artes de Stuttgart onde foi aluno de Willy Baumeister. Mas a arte não foi suficiente para ele sublimar a sua revolta. Era preciso partir da Europa, escapar das lembranças da barba rie.
Ele emigrou para São Paulo, onde participou da Primeira Bienal Internacional de Arte Contemporânea, expondo duas pinturas e logo depois mudou-se para o Paraná trabalhando como engenheiro em uma fábrica de papel. Mas, a partir dos anos 50, arte e natureza se juntaram definitivamente para ele, como dois cipós entrelaçados. Ele abandonou o emprego, isolou-se nas matas paranaenses para pintar e assumiu seu destino de « intérprete da natureza ». Mas sempre fez questão de ser “um homem revoltado” e associou os horrores do nazismo à destruição do meio ambiente, para não esquecer que o ser humano é capaz do pior.
Frans Krajcberg gosta de dizer que foi salvo pela natureza. Ele voltou a se sentir livre em contato com a exuberância da mata brasileira que ele descobriu « fugindo dos homens » em 1948.
Fontes:
Grupo:
ANDRÉ CURI
THIAGO AFONSO

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

GRUPO 8: A ARTE DO MITO




Local : MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis ChateaubriandAv. Paulista, 1578 - Cerqueira César - São Paulo - SP
Estacionamento : Garagem Trianon - Pça. Alexandre GusmãoProgress Park - Avenida Paulista, 1636
Abertura : 3 de outubro
Período : 12 meses
Horário : terça-feira a domingo e feriados, das 11h às 18h; quinta-feira até 20h. A bilheteria fecha com uma hora de antecedência.
Ingresso : R$ 15 (inteira) e R$ 7,00 (estudante), gratuito para menores de 10 anos e maiores de 60 anos.
Dia Gratuito : Todas as terças-feiras entrada gratuita até as 18:00 horas
Informações ao público
Para informações gerais (11) 3251 5644
Serviço Educativo : Agendamento de grupos (escolas e outros) 2ª a 6ª das 9h00 às 17h00 - (11) 3283-2585



Assim como outras exposições iniciadas no dia 03 de outubro, o diferencial de " A arte do mito" é que estas serão mostradas por tema e não mais como a clássica divisão por região geopolítica e períodos. Esta reestruturação física e conceitual da galeria começa com A arte do mito, exposição que marca o início dos 12 meses de comemorações dos 60 anos do Masp. Tem curadoria de Roberto Magalhães, professor de História da Arte e Museologia da Universidade Internacional de Arte de Florença. Com 49 obras do século XIV aos dias de hoje, a seção traz obras de Renoir, Picasso, Nicolas Poussin, entre grandes nomes. Os mitos de Hércules, Afrodite e muitos outros são abordados em pinturas, desenhos e cerâmicas.






Na tela de Michelle Rocca " O Julgamento de Paris " traz os temas centrais do mito da deusa do amor Afrodite e seu filho Eros. Esta obra é continuada pela escultura de Renoir " Vênus vitoriosa ", que traz a deusa com a maça de ouro que representa a sua vitória na competição de beleza entre Hera e Atena, arbitrada por Paris





"O mito é o nada que é tudo, diz um verso de Fernando Pessoa em Mensagem. O homem é um animal que se conta histórias, é isso que o diferencia entre as espécies. E o mito é uma das primeiras histórias, das primeiras formas do sentido, que o homem se deu. Jacob Bryant, citado por Edgar A. Poe no famoso conto sobre a carta roubada, escreveu que nos esquecemos de que não acreditamos nas fábulas e continuamos agindo a partir delas como se fossem realidades existentes.
O mito começou a entrar para a realidade primeiro na literatura oral e, depois, por aquilo que se chama arte. Toda a primeira grande arte da humanidade, a chamada arte clássica, depende do mito que, assim, se na arte não é tudo, por certo é muita coisa. E é um gênero que, com a paisagem, a natureza morta e o retrato, orienta a nova exposição permanente do MASP. Um gênero feito de obras na aparência fáceis de entender. Tudo nelas parece familiar. Mas, o que mesmo diz O julgamento de Paris ou o Himeneo de Poussin?
Esta mostra propõe uma reapropriação sensível destas fábulas que continuamos a tratar como realidades. A coleção do MASP é rica neste gênero e iniciar por ele a comemoração de seus 60 anos era uma evidência, em dupla homenagem à arte e àquilo que, diz Pessoa, "sem existir nos bastou / por não ter vindo foi vindo / e nos criou": o mito, essa carta roubada (que nos roubamos) e que no entanto segue à vista - bem oculta. "


Teixeira CoelhoCurador-coordenador, MASP.


" O banho de Diana " de Clouet e " O verão " de Delacroix, narram o momento em que a Deusa foi surpreendida por caçadores . Contam toda a história de quando Ateão se transforma em cervo até sua morte pelos cães no quadro de Clouet. Sua continuação mostra o momento em que Diana joga água no rosto de Ateão - é assim que Delacroix quer mostrar sua transformação. Em Clouet isso se mostra com clareza, ordem e elegância do renascimento francês. Já Delacroix que representa o momento após, o encontro se mostra com aspecto dramático, romântico e passional.




"Por que o mito? Porque o acervo do Masp possui um núcleo de obras com temas mitológicos extraordinário, num conjunto que merece ser revelado e explorado. E porque apresentar obras de técnicas e períodos diferentes com temas afins é uma das formas melhores para se evidenciar estilos individuais, visões originais - condição da existência da própria arte - e especificidades culturais de cada época; para se perceber contrastes e idéias partilhados ao longo dos séculos; para se descobrir que um nu de Manet ou Renoir pode ter mais pontos em comum com a antiguidade do que o simples "clichê" de pintores revolucionários a eles atribuído deixa suspeitar. Uma exposição sobre o mito permite, também, um retorno à nascente da cultura ocidental através das fontes literárias, que ajudam a decifrar as narrativas.
O mito é, portanto, o fio condutor desta exposição, com o seu emaranhado de lendas e símbolos, mas não seu protagonista absoluto. Ao longo dele desenvolvem-se as várias técnicas e linguagens da arte, da musicalidade e ordem em Saraceni e Poussin à atmosfera densa de Delacroix. Apesar de os temas narrativos serem objeto de atenção no material informativo à disposição do público, convém lembrar que o tema por si só não é arte. A arte está no olhar que o artista empresta ao tema. Este é, porém, um passaporte para se entrar na obra, um enigma diante do qual não queremos que o visitante, como os tebanos diante da Esfinge, sucumba. "

Roberto Carvalho de MagalhãesCurador.


"As obras realmente são deslumbrantes, assim como todo o conjunto da exposição. No dia em que visitamos o Masp haviam muitas excursões de escolas e achamos muito legal o interesse pelas obras de arte. Esta exposição foi escolhida por estar totalmente ligada ao conteúdo que está sendo estudado nas aulas de Estética, e ficamos com vontade de voltar para ver as outras exposições que também nos traziam grandes referências ao nosso curso."

Juliana Soler e Roberta Ozi.

FONTES:

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Grupo 7 - Exposição "Reprodutor" de Rochelli Costi









09ago2008 - 04out2008terça a sexta, 12-19h; sábados, domingos e feriados, 11-18hexposições 1º andar R$ 4, adultos; R$ 2, estudantes; grátis aos domingos e diariamente para pessoas com mais de 65 anos



Karina Calil e Andréa Almeida









O fotógrafo e crítico Andreas Muller-Pohle esquematizou o sistema do processo criativo da fotografia – antes de tudo, um processo de produção de informação – em quatro fatores: o aparato (hardware/ software), o produtor (fotógrafo), o objeto (matéria) e a luz (energia específica). Lights Out se propõe a pensar o que acontece com essa equação quando um de seus fatores constitutivos se apaga: a luz. A retirada da energia específica que torna visível o objeto desfaz a tecnicidade da produção fotográfica e a transforma em conceito.
O artista deixa de ser o produtor para se transformar em propositor do conceito a ser desenvolvido a partir e por meio da fotografia que, aqui, sem luz, se expõe como tecido , som , biscoitos e desenho. A imagem fotográfica dá lugar a propostas fotográficas, não como objetos finitos, mas processos em curso a serem vivenciados através dos demais sentidos que não apenas a visão: o tato da artista americana Whitney Lee; o olfato e o paladar dos chineses Leung Chi-Wo & Sara Chi-Hang Wong; a audição dos canadenses Skoltz_Kolgen; e o olhar traduzido em gestos da obra Reprodutor (2008), da brasileira Rochelle Costi, exposição escolhida pela dupla.
Reprodutor, de Rochelle Costi, é uma obra interativa, no qual o visitante é convidado a copiar as fotos expostas de seu próprio punho através dos reflexos nos vidros das mesas de reprodução.
Os desenhos poderão ser incluídos ou levados pelo autor. Caso o autor queira que seu desenho continue na exposição, ele autoriza a Associação dos Amigos do Paço das Artes, entidade gestora do MIS, a exibi-los juntamente à obra “Reprodutor”, como também a realizar registros fotográficos e fílmicos, os quais poderão ser disponibilizados para consulta pública no próprio museu ou através do website http://www.mis-sp.org.br/; bem como por meio de streming nesse mesmo sítio de internet pelo período de expor (de 9 de agosto à 5 de outubro); reproduzidos nos materiais de divulgação da exposição, como também por seus apoiadores e/ou patrocinadores, pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo e pelo Estado de São Paulo.

















SALA DA EXPOSIÇÃO







MESA DA EXPOSIÇÃO





Opinião sobre a exposição :


Andréa = gostei muito da exposição. Por ser interativa, a exposição não é monótona e é dinâmica. As cadeiras com canetas e o que deve ser feito(desenhos) me fez lembrar dos meus tempos de infância na escola. A forma de desenhar, pra mim foi animadora, já que eu não sei desenhar e o meu desenho ficou quase igual ao original.

Karina = achei inovadora. Diferente de qualquer exposição que eu já tinha visto, ela é exótica. Ela interage com o visitante , deixando-a mais interessante.






Feito por Karina

O original - "Rio"

Feito por Andréa

O original - "Andaime"

Fontes:

- www.mis-sp.org.br

- folder da exposição